Percepção

Quando se fala em imersões, sejam derivadas de Trabalhos de Ayahuasca, Meditação, EQM, ou quaisquer meios utilizados para tal, em muitos casos escutamos através de pessoas que tiveram essas experiências, que “tudo mudou, a vida é diferente”. E é sobre esta temática que irei abordar nesta postagem. 

Em casos de uma imersão legítima, atravessamos pequenas camadas do que chamo de primeiro véu. Este primeiro véu é nosso filtro diário para tudo e todos. Este “filtro” nos conduz do que gostamos e não gostamos, o que aceitamos e o que não aceitamos. Bem conhecido como EGO. 

Uma vez atravessado algumas camadas, [enfase em “algumas”, pois o que nos permite discernir que eu sou outro e faço ou não coisas, é o EGO].  Passamos a ter mais flexibilidade sobre as mesmas situações que antes já tinha um julgamento formado. Isto, nos permite refletir sobre as mesmas circunstâncias vividas, decisões, forma como estamos nos tratando e aos outros. Muitas vezes,  em ocasiões que sabíamos que determinada postura/ato era incorreto ou indevido, e ainda sim por EGO optamos por uma decisão “ruim”, podemos sentir culpa, e quanto maior o grau de conhecimento sobre a decisão tomada em prol de um benefício próprio e prejudicial ao próximo, mais culpa podemos sentir.

No momento em que estamos vivendo essa experiência de viver plenamente a sensação da culpa, pode ser até aterrorizante, pois é muito complicado aceitar que nós podemos em alguns casos ser o “vilões” de algumas histórias.  A aceitação nos permite viver a realidade em suma, e a partir desta decisão podemos mudar tudo.

Quando digo “mudar tudo”, não é o mundo que muda, o chefe, família, trânsito, mas sim a percepção. Uma grande imersão além dos primeiros véus, nos permite perceber as mesmas coisas de formas diferentes.  E quando enxergamos as situações por outras perspectivas, passamos a viver novas realidades pelas escolhas criadas desta nova visão. 

O mundo mudou pois, o trânsito não é mais um local que alimento raiva de outros motoristas que afinal são nosso irmãos, mas um local que posso conversar internamente com Deus, escutar uma boa música, praticar cada vez mais a tolerância, paciência e gentileza. E assim, toda vez que estiver em um trânsito sairei melhor do que entrei, e todos aqueles que por ventura passaram por mim, puderam usufruir do que tenho à oferecer. 

O mundo mudou pois, quando um superior no serviço fica descontente com alguma atitude profissional, seja comigo ou com outros colegas de trabalho, não espalho o desamor e fofocas. Mas sim, se for comigo, procuro entender a necessidade real do meu superior e aprender com o ocorrido, com uma sensação de Gratidão pela vida, por fornecer essa experiência de crescimento. Se for com outros colegas, a menos que os envolvidos diretamente inclua-me, não julgo, ou crio conversas, pois o objetivo é um ambiente harmonioso, onde eu mesmo vivencio meu dia-a-dia profissional.   

O mundo mudou pois,  minha família o elo mais próximo, não são uma opção para utilização de desrespeito, ou desamor, mas sim, de muito respeito e muito amor.  Em momentos que um familiar acabe cometendo um erro, cabe a mim com muito amor tolerar e compreender, assim como preciso destas tolerâncias e compreensões, para erros que talvez ainda posso cometer. 

O mundo mudou pois, o que somos todos, se não uma família? 

Helder Junior

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